O despertador marca 5 horas e 30 minutos e toca sem parar. Ainda com sono, Maria sente aos poucos o sono indo embora graças ao barulho do despertador, é hora de levantar.
Parece que passaram apenas 5 minutos desde que adormeceu. Com as pálpebras ainda semifechadas, Maria salta da cama e quase que automaticamente começa a despachar as tarefas para que o marido e seu filho pequeno, tomem o café da manhã e saiam de casa bem arrumados.
Antes das 7 horas, Maria já está pronta também para ir ao trabalho. Ainda tem de deixar o filho no jardim de infância, aguentar o trânsito e enfrentar o longo dia de expediente que a espera, mesmo assim, está feliz.
Esta história fictícia além de representar bem o dia a dia de uma mulher brasileira que trabalha fora, traz à tona um tema que vem dominando cada vez mais a nossa sociedade: A participação no mercado de trabalho.
Sendo assim, continue lendo este artigo à medida que falamos sobre os seguintes tópicos:
- Evolução da participação da mulher no mercado de trabalho
- Dificuldades das mulheres no mercado de trabalho
- Leis a favor das mulheres no mercado de trabalho
Evolução da participação da mulher no mercado de trabalho
É provável que já tenha ouvido sua avó ou outra mulher de idade a falar sobre como os tempos hoje são outros: as mulheres já podem trabalhar fora! E realmente são.
Isso porque no tempo delas não era assim. Até antes da década de 70, o trabalho das mulheres era maioritariamente doméstico e incluía: fazer todas as tarefas domésticas da casa, bem como, cuidar e educar os filhos.
Aos homens, cabia a responsabilidade de trabalhar “fora” e prover o sustento para a família. E quando morriam, deixavam as famílias em grandes dificuldades porque no geral, a coitada da mulher, não tinha profissão alguma e sequer estudos.
Como consequência, a viúva passava por muitas dificuldades financeiras e sobrevivia trabalhando como empregada doméstica, costureira ou doceira. Trabalhos estes que no geral eram mal remunerados.
No entanto, durante as guerras, as mulheres tiveram que tomar conta dos negócios e fábricas enquanto os homens iam ao campo de batalha.
Isso fez com que aos poucos, começasse a inserção das mulheres em postos de trabalhos que em geral eram ocupados pelos homens.
De lá para cá, as coisas foram melhorando e hoje já temos uma taxa de participação de mulheres no mercado de trabalho de 56%.
Porém, este avanço conseguido após muito esforço, ainda não conseguiu acabar com algumas dificuldades tão comuns às mulheres que estão no mercado de trabalho. Que dificuldades são estas?
Dificuldades das mulheres no mercado de trabalho
Voltemos à nossa querida Maria. Qual a dificuldade que chamou logo a sua atenção? E que outras você conhece? Bem, listamos aqui as principais dificuldades das mulheres que fazem parte do mundo laboral:
Dupla jornada
Além de enfrentarem as horas de trabalho normais, as mulheres ainda têm de conciliar a vida secular com a vida familiar.
Isto porque espera-se ainda que seja a mulher a executar a maior parte, senão todas as tarefas domésticas das casas. Assim como Maria, muitas mulheres sentem que passam apenas 5 minutos entre a hora de deitar e de levantar.
E segundo um estudo do IBGE de 2017 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres somam mais horas de trabalho que os homens quando consideramos a dupla jornada.
O estudo aponta que a mulher que trabalha fora, soma uma média de 54,5 horas de trabalho por semana, onde 36,5 horas são de trabalho secular e 18 horas são de trabalho domésticos.
Enquanto que os homens que trabalham fora, somam em média, 51,6 horas de trabalho por semana, nas quais, 41,1 horas são de trabalho secular e apenas 10,5 horas são gastas em trabalhos domésticos.
Com o tanto trabalho que a mulher tem, seria de esperar que ganhasse bem, não é mesmo? Pois é, mas não é isso o que acontece na prática, o que nos leva à segunda dificuldade da mulher que está inserida no mercado de trabalho: A diferença salarial.
Salário Inferior
Sim, o mercado de trabalho paga mais ao homem do que à mulher mesmo que estejam desempenhando a mesma função.
Uma estatística da Organização Internacional do Trabalho mostra que o salário das mulheres é 46,7% menor que o dos homens. Mas porquê? Por causa da discriminação, que é precisamente a terceira dificuldade da nossa lista.
Discriminação
Não é novidade que a mulher profissional sofre muita discriminação no mercado de trabalho. A ela atribuída uma suposta falta de comprometimento com o trabalho, caso tenha filhos, e falta de disponibilidade para trabalhar 24 horas ao dia e 7 dias por semana.
A discriminação tem sido também a responsável pela fraca nomeação de mulheres a posições de gestão de topo nas organizações.
Por isso que apenas 37% das mulheres alcançam cargos de liderança, apesar de começarem a se qualificar para tal mais cedo do que os homens.
A discriminação também limita as áreas de atuação da mulher enquanto profissional no mercado de trabalho, sendo que separa os “trabalhos de mulher” dos “trabalhos de homem” baseando-se em critérios como destreza física e competências acadêmicas.
Mas a mais grave, é a discriminação feita pelas próprias mulheres: Um estudo mostrou que 14% das mulheres acha anormal trabalhar fora e são apoiadas por 20% dos homens.
Obviamente que existem outras dificuldades, pelo que se sinta à vontade para se expressar nos comentários. Agora, vamos ver uma lei que se aplicada, ajudará a diminuir algumas dificuldades vistas acima.
Lei da Igualdade Salarial
Mais uma vitória para a Igualdade de gênero foi alcançada em 2018. O mérito vai para, agora em vigor, obrigatoriedade da igualdade salarial decretada.
Isto quer dizer que em nenhuma organização, quer seja governamental ou do setor privado, deve haver diferença salarial por causa do gênero.
Assim, espera-se que o abismo entre o salário do homem e o da mulher seja fechado e que sejam atribuídos por competência e mérito. A lei prevê uma multa para as organizações que se recusarem a cumprir a lei.
Neste artigo, mostramos o percurso histórico da mulher enquanto profissional e as dificuldades que hoje desempenha para cumprir de modo competente os desafios a que se propõe.
Tudo isso, para mostrar que o destaque existe. Desta forma, cada vez mais mulheres conseguem passar por cima de tudo isso para dar o seu melhor todos os dias, e ter reconhecimento financeiro, e social.
No entanto, sabemos que ainda há muito por caminhar e muitas batalhas por ganhar. Mas hoje, já podemos ver com mulheres assumindo cada vez mais posições de liderança e quebrando tabus sobre que profissões devem escolher.
Leis que incentivam a igualdade de gênero, especialmente na questão de participação no mercado de trabalho, ajudarão a recuperar os 382 bilhões de reais que se perdem todos anos com a exclusão das mulheres.